segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Legado de Chico Mendes

Por Jorge Paulino
Engenheiro Eletricista

Dezembro de 1988, a ganância dos poderosos silenciou a voz de Francisco Alves Mendes Filho(44 anos), conhecido como “Chico Mendes“; porém não silenciou os seus ideais.

Chico teve uma trajetória de luta e foi um dos principais ativistas e defensores da preservação da região Amazônica, representou também a voz dos seringueiros e dos índios.

Chico Mendes começou a se destacar em 1976 através de manifestações pacíficas dos seringueiros em que usavam os seus próprios corpos para proteger as árvores. A luta pela preservação e defesa da Floresta Amazônica através da "União dos Povos da Floresta", teve grande repercussão nacional e internacional, sendo Mendes agraciado com o Prêmio Global 500 da ONU - pela luta em defesa da preservação do meio Ambiente e da região da Floresta Amazônica.

Logo após a sua morte, ocorreu na cidade de Rio Branco (capital do Estado do Acre), de 25 a 31 de Março de 1989, o 1º Congresso dos Povos da Floresta, realizado junto com o 2º Congresso Nacional dos Seringueiros. Estiveram presentes diversos ONGs, órgãos ambientais nacionais e internacionais, a imprensa e políticos que apoiavam o movimento.

Esses movimentos ganharam expressão internacional, sendo escrito o Manifesto da Declaração dos Povos da Floresta.

DECLARAÇÃO DOS POVOS DA FLORESTA


“As populações tradicionais que hoje marcam no céu da Amazônia o Arco da Aliança dos Povos da Floresta proclamam sua vontade de permanecer com suas regiões preservadas. Entendem que o desenvolvimento das potencialidades destas populações e das regiões em que habitam se constituem na economia futura de suas comunidades e deve ser assegurada por toda Nação Brasileira como parte da sua afirmação e orgulho. Esta Aliança dos Povos da Floresta, reunindo índios, seringueiros e ribeirinhos, iniciados aqui nesta região do Acre, estende seus braços para acolher todo estorço de proteção e preservação deste imenso, porém frágil sistema de vida que envolve nossas florestas, lagos, rios e mananciais, fonte de nossas riquezas e base de nossas culturas e tradições. “

Conselho Nacional dos Seringueiros e União das Nações Indígenas.

Hoje diversas empresas e órgãos públicos e privados, levantam a bandeira da preservação da Floresta Amazônica, a crise climática provocado pelo aquecimento trouxe o desafio da sobrevivência e a voz de Chico Mendes voltou a ser ouvida pela humanidade.


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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Eficiência energética ganha espaço nas empresas

Artigo da Jornalista Andrea Vialli, com especialização em sustentabilidade pela Schumacher College, do Reino Unido, publicado no site http://blog.estadao.com.br/blog/.


A crise financeira, a necessidade de reduzir custos e as preocupações com sustentabilidade e com o suprimento de energia no longo prazo estão ampliado o mercado no Brasil para as empresas que realizam projetos de eficiência energética, conhecidas como escos.
Em 2008, o setor faturou R$ 1,4 bilhão, um aumento de 35% em relação a 2007. Para este ano, o salto deve chegar a 70%.
As escos começaram a ganhar espaço com o apagão energético de 2001, quando o setor privado se viu às voltas com a necessidade de economizar energia.
“Agora, a eficiência energética está sendo incorporada à gestão das companhias. Hoje é um movimento mais estrutural, não para remediar uma situação pontual de falta de energia”, diz Maria Cecília Amaral, diretora executiva da Abesco, a associação que reúne as empresas do setor e que realiza, na semana que vem, o sexto Congresso de Eficiência Energética, em São Paulo.
Segundo ela, o potencial de mercado para essas empresas é ainda maior, uma vez que o País perde, todo ano, R$ 17 bilhões com o desperdício de energia. Não é pouca coisa.
Aumentar a eficiência pode significar menos investimentos em geração de energia - e na energia suja de termelétricas a óleo e carvão, um caminho que o governo equivocadamente começa a trilhar.
A seguradora Porto Seguro é uma das empresas que precisou economizar energia na época do apagão e que transformou a necessidade em um programa mais abrangente de eficiência energética. Em 2001, a empresa começou a fazer , com a ajuda de uma esco, a Nittoguen, o mapeamento do consumo de energia em sua sede, no bairro de Campos Elísios, em São Paulo, onde trabalham cerca de 4,5 mil pessoas.
“Descobrimos que o ar condicionado e o sistema de iluminação do prédio, que tem mais de 50 anos de construção, estavam consumindo energia demais”, conta Adriano Almeida, coordenador do setor de obras e projetos da Porto Seguro.
Uma vez detectado o problema, os passos seguintes foram modernizar as instalações elétricas, trocar os equipamentos obsoletos e, num segundo momento, expandir as reformas para os demais imóveis da empresa – 260 em todo o Brasil.
O investimento de R$ 3 milhões se pagou em três anos, com uma economia de energia da ordem de 20% em relação a 2001.
“Os resultados foram surpreendentes”, diz Almeida. De 2001 até hoje, a empresa conseguiu registrar uma economia anual de 900 megawatts/ano, o equivalente à produção de uma pequena central hidrelétrica.
“Quem envereda por esse caminho da eficiência energética acaba gostando.” Já é lei
Um outro fator que tem impulsionado a atuação das escos é a lei da eficiência energética (Lei 10.295/01), que prevê que as concessionárias de energia elétrica destinem 0,5% de sua receita líquida para projetos de uso racional de energia. Grande parte desses projetos está voltada para famílias de baixa renda.
São programas de troca de geladeiras antigas e de regularização de instalações elétricas em favelas e palafitas.
A MGD Engenharia, de São Paulo, é uma das escos que têm realizado projetos desse tipo, em parceria com concessionárias como Elektro e CPFL Energia.
“Conseguimos regularizar 20 mil residências de baixa renda nos últimos três anos”, diz Norberto Duarte, presidente da MGD Engenharia.
A empresa também realiza projetos para a indústria, e tem clientes como Vicunha Têxtil, Kaiser e Eaton. “A demanda está crescendo 30% ao ano e deve continuar nesse ritmo.”

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Ciclo das águas


Por Jorge Paulino

Engenheiro Eletricista

O modelo atual de crescimento urbano, é o exemplo em que as mudanças radicais impostas pelas atividades humanas, produzem condições atmosféricas diferentes das encontradas em algumas décadas atrás.

As metrópoles criaram um processo de cimentização da paisagem, com ocupação e especulação desenfreada que destruiu as áreas destinadas ao alagamento.

A desordem urbana determinou o fim das margens dos cursos d’água, das matas ciliares, dos rios, modificando todo o ecossistema da região.

As enchentes, sempre fizeram parte de um ciclo natural, o “ciclo das águas e da vida”, e nós precisamos rever essa relação Homem/Natureza.

A natureza deve ser respeitada, não devemos tentar exercer sobre ela um domínio supremo.

Rios caudalosos e com grande volume de água, tem seu percurso em formato curvilíneo como uma serpente se deslocando nas planícies.

O formato evita o aumento da velocidade das águas em épocas das chuvas. Porque retifica-lo?

As áreas cobertas de asfalto e cimento tornam o solo totalmente impermeável, impossibilitando a absorção da água da chuva pela terra, fazendo a água correr mais rápidas, atingindo a cidade rapidamente, afinal não podemos reduzir o volume de chuvas.

Precisamos sim, despertar a consciência nas crianças e nos jovens da importância do descarte correto do lixo, não devemos jogá-lo nos rios – pois além de poluí-los, causaremos o assoreamento e acumulo nas bordas- deixando-os mais rasos e estreitos, e possivelmente causando, transbordamento nas cheias. .

Precisamos sim, cobrar do poder público, planos e projetos embasados em uma visão de ocupação e uso sustentável do solo, respeitando os processos ecológicos naturais.

Não existem mágicas para evitar os transbordamentos dos rios e os alagamentos das vias públicas, mas algumas mudanças nas estruturas dos grandes centros urbanos podem minimizar o efeito do excesso de água.









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