Tenho certeza que a maioria (se não todas) as pessoas que trabalham em instituições sociais vão comentar o título dizendo: captar recurso privado nunca foi fácil. A crise só piorou. Concordo. Em partes. Ao contrário de países como os Estados Unidos, por exemplo, o Brasil não tem cultura de filantropia. Lá, pessoas físicas e jurídicas doam para causas que acreditam ou querem retribuir de alguma forma um benefício obtido no passado. Aqui é bem diferente.
Sim, temos a barreira cultural. Sim, a crise agravou a situação. Inclusive há pouco tempo tive acesso a uma a pesquisa sobre o impacto da crise no setor social e os números não são muito animadores: para 66% dos entrevistados, o número de doadores PJ caiu. Para 71,5% o volume da doação caiu. Ou seja, o que era difícil, ficou ainda mais complicado.
No entanto, já antes da crise, as empresas faziam uma movimentação que não sei até que ponto foi percebida pelas instituições sociais: o da criação de seus próprios institutos / fundações e a criação do ISE (investimento social estratégico). Hoje as empresas não querem fazer filantropia, mas sim investir em ações alinhadas ao seu negócio, além de ter controle sobre como o dinheiro é aplicado nos projetos sociais. E mais do que isso: também querem resultados concretos.
Já foi época em que as instituições conseguiam captar, principalmente no exterior, sem apresentar resultados mensuráveis, ou sem precisar prestar contas. Atualmente, além de o dinheiro estar mais escasso, quando uma empresa faz uma doação via ISE, ela quer também quer saber se o projeto é compatível com seus valores e com o planejamento estratégico da área de sustentabilidade. É aí que vemos a maior dificuldade de se captar dinheiro.
Ainda que os projetos sejam de altíssima qualidade, muitas (muitas mesmo) ONGs insistem em não focar em quem realmente pode ser doador. Repito: as empresas estão cada vez mais reticentes para a filantropia. Se o ISE é disponibilizado para educação tecnológica já que, por exemplo, esse é um ponto nevrálgico dá área de recrutamento e seleção da empresa, não adianta apresentar um projeto de escolinha de futebol na favela porque não vai conseguir nada.
Tem uma frente acadêmica, inclusive, que não lida com a sustentabilidade na prática, mas critica muito o fato das empresas exigirem uma contrapartida para o investimento social (e também ambiental). Mas pensemos: o que é sustentabilidade corporativa? É um processo de negócio alinhado ao planejamento estratégico, que busca maximizar o lucro sem comprometer (ou mitigando os impactos) o meio ambiente e a sociedade. Se tem a ver com o lucro, é investimento, portanto, longe de ser filantropia. E aí eu pergunto: qual o problema de ser assim?
A questão é: há muito tempo as instituições sociais falam de profissionalização, de busca pela autossustentabilidade, de gestão mais austera. No entanto, a maioria não vai além do discurso. Só que está na hora de começar a agir, pois a crise forte (principalmente se considerarmos as doações do exterior) e as mudanças no investimento social das empresas não permitem mais amadorismo. Além disso, se adaptar aos novos tempos pode ser, em muitos casos, a questão de continuar existindo. Ou não.
No entanto, já antes da crise, as empresas faziam uma movimentação que não sei até que ponto foi percebida pelas instituições sociais: o da criação de seus próprios institutos / fundações e a criação do ISE (investimento social estratégico). Hoje as empresas não querem fazer filantropia, mas sim investir em ações alinhadas ao seu negócio, além de ter controle sobre como o dinheiro é aplicado nos projetos sociais. E mais do que isso: também querem resultados concretos.
Já foi época em que as instituições conseguiam captar, principalmente no exterior, sem apresentar resultados mensuráveis, ou sem precisar prestar contas. Atualmente, além de o dinheiro estar mais escasso, quando uma empresa faz uma doação via ISE, ela quer também quer saber se o projeto é compatível com seus valores e com o planejamento estratégico da área de sustentabilidade. É aí que vemos a maior dificuldade de se captar dinheiro.
Ainda que os projetos sejam de altíssima qualidade, muitas (muitas mesmo) ONGs insistem em não focar em quem realmente pode ser doador. Repito: as empresas estão cada vez mais reticentes para a filantropia. Se o ISE é disponibilizado para educação tecnológica já que, por exemplo, esse é um ponto nevrálgico dá área de recrutamento e seleção da empresa, não adianta apresentar um projeto de escolinha de futebol na favela porque não vai conseguir nada.
Tem uma frente acadêmica, inclusive, que não lida com a sustentabilidade na prática, mas critica muito o fato das empresas exigirem uma contrapartida para o investimento social (e também ambiental). Mas pensemos: o que é sustentabilidade corporativa? É um processo de negócio alinhado ao planejamento estratégico, que busca maximizar o lucro sem comprometer (ou mitigando os impactos) o meio ambiente e a sociedade. Se tem a ver com o lucro, é investimento, portanto, longe de ser filantropia. E aí eu pergunto: qual o problema de ser assim?
A questão é: há muito tempo as instituições sociais falam de profissionalização, de busca pela autossustentabilidade, de gestão mais austera. No entanto, a maioria não vai além do discurso. Só que está na hora de começar a agir, pois a crise forte (principalmente se considerarmos as doações do exterior) e as mudanças no investimento social das empresas não permitem mais amadorismo. Além disso, se adaptar aos novos tempos pode ser, em muitos casos, a questão de continuar existindo. Ou não.
Parte das Instituições Filantrópicas e algumas ONGS tornaram-se peças de manobras assistencialistas de politicos, creio que isso acaba levando também a um descrédito das doações espontâneas e das empresas.
ResponderExcluirConcordo com a autora, que o melhor caminho é a profissionalização dessas instituições, mas faço uma ressalva, a profissionalização com transaparência das contas.
Gostei muito desse artigo.
Marlon
Obrigado mais uma vez Marlon, quando eu li esse artigo, eu achei perfeitas as colocações da Autora a Jornalista Julianna Antunes, certamente ela foi perfeita na colocação; concordo também com você que muitas ONGs e Instituições Filantrópicas viraram moedas de troca de politicos. Hoje a imprensa de um modo geral, está atenta a essas manobras cabe-nos separar o joio do trigo, um abraço e acompanhe também o blog da Jornalista Julianna Antunes.
ResponderExcluirhttp://www.sustentabilidadecorporativa.com/
Abçs
Eng. Jorge Paulino - GamaCoopera