Por Jorge Paulino
Engenheiro Eletricista
A cada dia, o sinal da desordem urbana e do despreparo administrativo fazem novas vítimas.
O modelo atual de crescimento urbano, é o exemplo em que as mudanças radicais impostas pelas atividades humanas, produzem condições atmosféricas diferentes das encontradas em algumas décadas atrás.
As metrópoles criaram um processo de cimentização da paisagem, com ocupação e especulação desenfreada que destruiu as áreas destinadas ao alagamento.
A desordem urbana determinou o fim das margens dos cursos d’água, das matas ciliares, dos rios, modificando todo o ecossistema da região.
As enchentes, sempre fizeram parte de um ciclo natural, o “ciclo das águas e da vida”, e nós precisamos rever essa relação Homem/Natureza.
A natureza deve ser respeitada, não devemos tentar exercer sobre ela um domínio supremo.
Rios caudalosos e com grande volume de água, tem seu percurso em formato curvilíneo como uma serpente se deslocando nas planícies.
O formato evita o aumento da velocidade das águas em épocas das chuvas. Porque retifica-lo?
As áreas cobertas de asfalto e cimento tornam o solo totalmente impermeável, impossibilitando a absorção da água da chuva pela terra, fazendo a água correr mais rápidas, atingindo a cidade rapidamente, afinal não podemos reduzir o volume de chuvas.
Precisamos sim, despertar a consciência nas crianças e nos jovens da importância do descarte correto do lixo, não devemos jogá-lo nos rios – pois além de poluí-los, causaremos o assoreamento e acumulo nas bordas- deixando-os mais rasos e estreitos, e possivelmente causando, transbordamento nas cheias. .
Precisamos sim, cobrar do poder público, planos e projetos embasados em uma visão de ocupação e uso sustentável do solo, respeitando os processos ecológicos naturais.
Não existem mágicas para evitar os transbordamentos dos rios e os alagamentos das vias públicas, mas algumas mudanças nas estruturas dos grandes centros urbanos podem minimizar o efeito do excesso de água.