terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

As tragédias no Haiti e os Egos Políticos em jogo...


Por Jorge Paulino

Engenheiro Eletricista


Os primeiros humanos no Haiti, também conhecido como La Española, chegaram à ilha há mais de 1000 anos aC, possivelmente 7000 aC.

Em 5 de dezembro de 1492, Cristóvão Colombo ao viajar para o ocidente atingiu uma grande ilha. Mais tarde passou a ser chamar de São Domingos; dividida entre dois países - a República Dominicana e o Haiti - , é a segunda maior das Grandes Antilhas, com a superfície de 76.192 km² e cerca de 9 milhões de habitantes. Com 640 km de extensão entre seus pontos extremos, a ilha tem formato semelhante à cabeça de um caimão (pequeno crocodilo abundante na região), cuja "boca" aberta parece pronta a devorar a pequena ilha de Gonâve. O litoral norte abre-se para o oceano Atlântico, e o sul para o mar do Caribe (ou das Antilhas).

Dados disponíveis em http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Haiti

Mas para se falar do Haiti, é necessário uma análise social-política deste país.

O Haiti que foi governado pelos franceses, foi a mais próspera colônia no Novo Mundo, possuía uma economia primária baseada no açúcar, que continuaria sendo seu principal produto de exportação. País pobre, e com um grande contingente de analfabetos e com sucessivos regimes ditatoriais, deixaram a economia e a população na linha da miséria. Entre os principais ditadores, François Duvalier conhecido como Papa Doc, apoiado pelos Estados Unidos impôs o terror; com a sua morte foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier - o Baby Doc que fugiu com a família para a França.

Novamente o Haiti, passou um período de incerteza até as eleições presidenciais em dezembro de 1990, vencida por Jean-Bertrand Aristide, que logo seria deposto num golpe de Estado sendo reempossado em setembro de 1994 através de uma força multinacional, liderada pelos EUA.

Em 2000, foi feita uma nova eleição, com suspeitas de manipulação e em 2004, Aristide foi novamente deposto.

Em junho de 2004, o Conselho de Segurança da ONU considerou a situação política do Haiti como uma ameaça para a paz internacional e a segurança na região, aprovou o envio da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo Brasil.

No inicio deste ano, um terremoto de proporções catastróficas, destruiu Porto Príncipe e deixou cerca de três milhões de pessoas desabrigadas.

O pior da tragédia do Haiti não seria somente o terremoto, mas o estrago social ..., perdas de vários membros da família; o drama atual da retirada de crianças para “adoção”.

Neste cenário de um horror ainda maior, o Brasil briga com o EUA pela hegemonia do controle de operações no Haiti.

O governo Haitiano encontra-se falido, e quem governará? O Brasil? Os Estados Unidos?

A situação do Haiti agora é mais Humanitária do que política, o Brasil sozinho não terá condições de reerguer a estrutura física, econômica e social desse país.

Com uma economia totalmente devastada e sem perspectiva, o povo poderá novamente cair nos braços de aventureiros.

Mas aliais, em nosso país, já temos muitos Haitis também não resolvidos!!!


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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Ciclo das aguas

Por Jorge Paulino

Engenheiro Eletricista

Republicação do artigo

A cada dia, o sinal da desordem urbana e do despreparo administrativo fazem novas vítimas.


O modelo atual de crescimento urbano, é o exemplo em que as mudanças radicais impostas pelas atividades humanas, produzem condições atmosféricas diferentes das encontradas em algumas décadas atrás.

As metrópoles criaram um processo de cimentização da paisagem, com ocupação e especulação desenfreada que destruiu as áreas destinadas ao alagamento.

A desordem urbana determinou o fim das margens dos cursos d’água, das matas ciliares, dos rios, modificando todo o ecossistema da região.

As enchentes, sempre fizeram parte de um ciclo natural, o “ciclo das águas e da vida”, e nós precisamos rever essa relação Homem/Natureza.

A natureza deve ser respeitada, não devemos tentar exercer sobre ela um domínio supremo.

Rios caudalosos e com grande volume de água, tem seu percurso em formato curvilíneo como uma serpente se deslocando nas planícies.

O formato evita o aumento da velocidade das águas em épocas das chuvas. Porque retifica-lo?

As áreas cobertas de asfalto e cimento tornam o solo totalmente impermeável, impossibilitando a absorção da água da chuva pela terra, fazendo a água correr mais rápidas, atingindo a cidade rapidamente, afinal não podemos reduzir o volume de chuvas.

Precisamos sim, despertar a consciência nas crianças e nos jovens da importância do descarte correto do lixo, não devemos jogá-lo nos rios – pois além de poluí-los, causaremos o assoreamento e acumulo nas bordas- deixando-os mais rasos e estreitos, e possivelmente causando, transbordamento nas cheias. .

Precisamos sim, cobrar do poder público, planos e projetos embasados em uma visão de ocupação e uso sustentável do solo, respeitando os processos ecológicos naturais.

Não existem mágicas para evitar os transbordamentos dos rios e os alagamentos das vias públicas, mas algumas mudanças nas estruturas dos grandes centros urbanos podem minimizar o efeito do excesso de água.

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domingo, 3 de janeiro de 2010

E quem será responsabilizado?

Por Jorge Paulino

Engenheiro Eletricista

Passado a comoção das tragédias, se faz necessário a reflexão do que causou essas calamidades.

Inundações, deslizamentos de terra e desabamentos de residências, são conseqüências do aquecimento do planeta? Ou esses desastres foram ocasionados pela ocupação e intervenção do homem no ecossistema? Ou o desconhecimento do histórico de fenômenos naturais na área?

Sim, todas as preposições estão corretas.

Mas o que aconteceu no Rio de Janeiro e em Angra dos Reis?

A alta pluviosidade foi um dos principais condicionadores dos movimentos do solo, nas zonas morfológica e geologicamente susceptíveis a estes fenômenos, os movimentos não ocorreram somente diante dos excepcionalismos pluviométricos.

O desgaste das rochas pela ação do sol, dos ventos e das chuvas, ocasionou a erosão criando uma camada espessa (entre a superfície e a rocha dura), extremamente permeável.

Quando chove muito, a água ocupa toda essa camada que encharcado e pesado tornam os deslizamentos inevitáveis, mas é relativamente possível calcular os riscos e impedir construções e a permanência humana em algumas zonas mais críticas.

Em meu artigo “O ciclo das águas“, publicado em Agosto de 2009, eu tracei um paralelo entre as forças da natureza e a intervenção do homem no Ecossistema.

Precisamos repensar na ocupação desordenada do solo urbano, nos projetos de arquitetura, nos novos empreendimentos e principalmente nas características de cimentização e verticalização das cidades.

O que o homem toma da natureza, será cobrado mais tarde, e com o sacrifício de vidas.

As conivências dos nossos governantes com o poder econômico e com o poder político sempre acarretar tragédias.

Mas quem será responsabilizado?

Certamente responsabilizarão a fúria da natureza!


Artigo publicado engenharianodiaadia.blogspot.com/


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